sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A língua é maior que a boca


É o nosso melhor jogador está tendo que aprender a se comportar. Comportar-se porque anda a falar demais. Ele é um astro nos campos, mas por fora cometeu um pequeno erro. Falou demais. Sim, estou falando dele, o craque Neymar.
Eu admiro o Neymar bastante, pela sua capacidade de jogo, o fato de ele jogar na vida real igual o seu boneco do videogame, ele corre sempre com a bola próxima ao pé, dribla bem (que nos diga os jogadores do Atlético-MG, suas últimas vítimas) e é o maior trunfo da Seleção para 2014 nós não passarmos vergonha em casa. Mas ele precisa se controlar, não que eu esteja sendo muito chato e pegando no pé dele, mas aconteceu com ele aquilo que acontece com todas as pessoas, ele falou demais.
É interessante como algumas palavras de certa forma escapam da nossa boca. Sempre foi ensinado que deve se filtrar tudo aquilo que vá se falar, mas não acontece bem assim. Ás vezes a sede é tão grande que não conseguimos filtrar a água para beber. 
Quantas vezes nós, sem percebermos, soltamos algumas palavras que acabam sendo quase ataques a outros. O calor da emoção nos faz falarmos sem pensar, como um bêbado, como uma criança, como loucos.
Quantas vezes não fazemos isto com pessoas que estão em graus mais altos da hierarquia? Sobe a emoção e você pode acabar chamando seu chefe de corno. Sobe a emoção e você pode acabar mandando seu vizinho a lugares indesejáveis. Mas por quê? Nós não somos os seres racionais debaixo do firmamento?
É uma síndrome. Sim é a nossa síndrome, e como o primeiro a descobri-la eu a nomearei como: SÍNDROME DO TAMANDUÁ BANDEIRA. Por que o tamanduá bandeira? Porque ele tem uma língua longa, que corresponde ao ditado muito usado da língua maior que a boca.
Tem pessoas que estão nos graus mais avançados da síndrome. Falam pelos cotovelos sobre coisas que não são nem ao menos da sua alçada. Eu sofro deste distúrbio, afinal, o que tem a ver eu e o Neymar falando demais. Ambos estão falando tanta coisa que não é problema deles.
Mas meu caro leitor, talvez os escritores não sofram disso. Tudo é da nossa alçada. Podemos falar sobre tudo, pois estamos retratando a sociedade. Você diria que Ivan Ângelo, Walcyr Carrasco, Luís Fernando Veríssimo e tantos outros são doentes?
Voltando ao fio da meada, acho que deveria se criar um remédio, até genérico (uma dica para o ministério da saúde e para novas propostas de governo) para cura da síndrome do tamanduá. 
Poderia ter o seguinte comercial: "Tá bravo? Seu chefe está te irritando e você não quer mandar ele ir para algum lugar estranho? Sua mulher descobriu algum bilhete estranho em sua calça? Ligue agora para nossa central de atendimento 0800-999-7777 e adquira agora o mais novo produto Silenciator Tabajara. Este produto é produzido por Organizações Tabajara"

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