terça-feira, 16 de julho de 2013

Prepara, que agora é hora da JMJ

O Rio de Janeiro, cada dia mais lindo!
Se vê, se sente, o clima neste nosso país nunca mais será o mesmo. Tudo mudou, a Globo mudou, a Band, as rádios, o Facebook. O papo agora é a Jornada Mundial da Juventude. 
Sinto um grande cheiro de mudança. Sinto um clima de amor. Jovens reunidos ao redor da mesma causa, da mesma pessoa: Jesus Cristo.
Me desculpe meu caro leitor mas se você for anticatólico, este post não é adequado para você. Leia os outros, tem até um sobre Nietzsche.
Agora, se você for católico e se você está se preparando para a vinda do Papa Francisco, sinta-se a vontade, pois este post também é seu. 
Estou me preparando para uma das maiores oportunidades da minha vida. Para ir para a Jornada descobri o quanto Deus é um Pai providente. Eu não gastei nada para ir para a Jornada, eventos promovidos por nós, e a minha comunidade bancaram meu pacote e a minha passagem: na íntegra!!
Estamos nos preparando para viver o momento mais importante, algo que mudará nossa vida para sempre. A ansiedade é total, e não é uma ansiedade ruim, é uma ansiedade boa, uma ansiedade daqueles que têm anseio pelo Senhor. 
Este é um dos meu posts mais pobres, e escrito na correria da preparação, mas tenho que partilhar: a JMJ está chegando. Falta tão pouco.

Nós que tanto trabalhamos para chegar até lá, temos todo o direito de participar. Quantas rifas, pastéis, cartelas de bingo, você teve que vender? Quantos eventos promovemos, sofrendo, chorando, brigando e lutando? Quantos empecilhos tivemos? 

Sim, somos dignos de estar lá. Recebemos a força de Deus para chegarmos até lá! Nós estaremos lá. No meio de milhões de jovens, nós estaremos lá. 
E ainda, por incrível que pareça, vem um papa argentino: Francisco. Poderia ser alemão, polonês e até francês, mas o escolhido foi um argentino. Sabe o que é isso? É Deus nos ensinando a amar, indiferente dos povos, do futebol. O amor ao próximo como a ti mesmo.
Vivamos intensamente este momento de comunhão fraterna! De solidariedade, de alegria e amizade!

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo! 
Para sempre seja louvado!!! 

sábado, 13 de julho de 2013

Aprender a ser humano

Algumas pessoas são tão difíceis de compreender. Confesso que uma das coisas que tenho aprendido de uns tempos para cá é a estranha arte de entender as pessoas. Porque muitas vezes pessoas tomam atitudes e fazem coisas que nós não conseguimos compreender: uma perfeita arte moderna.
Oscar Wilde
Muitas vezes, me deparo com pessoas complicadas: pessoas trancadas em si mesmo, que falam muito pouco, expressam se muito pouco. Parece um quadro que você encontraria no MAM-SP (Museu da Arte Moderna). Existe um quadro que uma vez eu vi, por acaso, em uma exposição modernista que estava acontecendo no Parque do Ibirapuera (lógico que estava lá por mera curiosidade, queria me responder o porquê de uma exposição tão vazia), um quadro que era pintado metade cinza, metade preto, e havia um ponto cinza na parte preta, e também um ponto preto na parte cinza. As pessoas fechadas são assim, difíceis de se compreender.
Já me encontrei com as pessoas falantes: acho muito fácil de compreendê-las. Elas se abrem e se expressam, é possível saber quem elas são, compreendê-las em sua essência. 
Mas nós, pessoas, podemos dar ou não espaço para que alguém possa nos compreender. Todos nós buscamos ser compreendidos, conhecidos, amados. Amados não por uma caricatura de nós, mas por quem nós somos. E quantas vezes a sociedade faz uma caricatura de nós. Um livro que reflete muito bem sobre isso é o Retrato de Dorian Gray, do Oscar Wilde. Existe uma frase do Wilde que diz assim: 

“Basil Hallward is what I think I am: Lord Henry what the world thinks me: Dorian what I would like to be—in other ages, perhaps.”

Tira a máscara que esconde o seu rosto.
E o que ele diz é verdade, o mundo muitas vezes no vê como o Lord Henry, mas não adianta nada, porque sabemos ser Basil Hallward. Se você já leu o livro sabe a discrepância entre os dois; Basil é alguém mais caseiro, que só pensa em sua arte; Lord Henry é alguém muito contrário a isso.
Isto quando as pessoas não colocam suas máscaras. Não estou falando das pessoas que foram para os protestos, estou falando das máscaras sociais. Por que fingir ser algo que você não é?]
São tantas as máscaras...
A pior das máscaras é a que está em branco: uma pessoa sem opinião. Um fantoche. Porque existem fantoches entre nós, pessoas que, acima de tudo, têm pernas, braços, mas um espaço enorme dentro de si, para que outra pessoa venha, coloque a mão e os coordene e fale. E o pior é que para fantoches reais existe apenas um ventríloquo, para a versão humana existem diversos, porque o fantoche humano procura seus ventríloquos. O vazio: autenticidade.
Resumo do dia
É necessário no mundo atual que sejamos autênticos no falar, viver e pensar. Não intransigente, autêntico. Um mundo presente a tantas mudanças torna-se cada vez mais necessário ter um ideal! É isto que pode nos guardar de um mundo onde as mudanças são cada vez mais rápidas. Não se deixe ser fantoche.
É necessário hoje aprender a ser humano. Aprender a ser autêntico, aprender a se expressar, sem medo do medo, da vergonha.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Crise de criatividade!

Que vida cruel!
Parece incrível como passamos dias inspirados demais, escrevemos até o talo. 
Em um dia onde acordo inspirado a escrever, me sinto um grande prêmio nobel de literatura. Ás vezes, penso que eu sou um grande ensaísta, cientista político, sociólogo. Porém, nem todo dia é assim.
A vida revela crueldade até mesmo para aqueles que só querem registrar aquilo que enxergam, parece, por alguns instantes, que nossos sentidos não encontram nada de interessante, para que nossos dedos possam começar a trabalhar.
William Golding, nobel da Literatura com o Senhor das Moscas



Acordei hoje de manhã, logo pensei, eu preciso escrever, simplesmente para matar esse desejo, ocupar a mente. Eu já fui até o supermercado, ajudei minha mãe a fazer as compras, atendi ligações, joguei video-game, eu já li (aliás, estou lendo O senhor das moscas, do William Golding). Nada  até agora me inspirou a escrever algo relativamente interessante, como alguns dos últimos posts.
A vida se revela cruel! 
Desisti de escrever, pensei nas pessoas que poderiam ler. Tentei pedir para um amigo meu escrever, que ele postasse aqui. Acredito que nas férias as pessoas possam me ler pela simples curiosidade que o ócio produz, eu só tinha o desejo de acabar com ócio das pessoas. Ele recusou. 
Por quê?
Tudo na vida necessita de um porque, a crise de criatividade também. Eu olhei pela janela, vi a situação do tempo. Não está muito inspirador. Aliás, deve estar sendo bom apenas para a mulher do tempo. O frio é bom, mas o Sol faz bem para nós. Alguns chamam isso de terapia holística. Outro dia, quando fui no hospital tinha uma mulher falando disso. Será que a falta de Sol afeta nossa criatividade? 
O símbolo do Reiki, um pouco de saudade da escola
Não pode ser, tem pessoas que só conseguem escrever de noite, outros de dia. É incrível como o ser humano é diverso. Eu acho incrível que nunca faltou a criatividade para Deus. Ele criou tantas pessoas, ao longo de todos esses séculos, mas nenhuma nasceu igual a outra, nem mesmo os gêmeos, que têm pelo menos as digitais diferentes. A sim como um nascer de sol nunca é igual a outro. Isto é incrível.
Isto até me acalma, me faz crer que a criatividade é algo que só não faltará nunca para Deus, nós temos que nos acostumar com isso.
Mas este negócio me lembra uma professora e seu símbolo do Reiki, o que me faz perceber que a escola, ou a falta dela não afetam nossas crises, lá tem tanta gente que merecia um blog especial.
Lembro quando criei o texto de Woodstock no ônibus.
E há algo pior nesta crise criativa. Temos tantos temas no cenário nacional. Se não tivesse nada para falar sobre tudo bem, mas com tanta coisa eu me sinto muito mal. Espionagem, manifestações, MC Daleste- algo que parou o Facebook. Já assisti alguns vídeos do momento do disparo, me deparo com a questão: ninguém viu? 
Depois disso ainda tenho que encontrar pessoas dizendo que o funk pede paz. Mas ele não plantou a paz, infelizmente. Nós vemos tantas músicas deste gênero com apologia ao crime que é impossível reconhecer que ele plantou a paz.
O Contrato Social, vale a pena ler...
Mas as pessoas ficam extremamente irritadas por causa disso, pensam que eu estou errado. Declaro: vidas não podem ser perdidas, independente do que elas cantam, fazem, falam. As pessoas não precisam morrer para aprender, elas precisam ser educadas para aprender. E quando digo isso, crítico este governo que nada faz pela educação.
Na China um ex-ministro foi condenado a morte por corrupção. Isto é realmente necessário? Penso que não. Alguns formadores de opinião disseram que sim, que é necessário. Acontece que a impunidade no nosso país fez algumas pessoas acreditarem que a justiça vem antes do direito a viver. Rosseau diz uma coisa bacana sobre isso: " Um Estado não tem poucos crimes por muitas penas. Um Estado tem poucos crimes por conta do temor dado pelo cumprimento das leis", algo assim, não me lembro bem. Se Rosseau não disse isso, bom, eu disse. Faz tanto tempo que eu li o Contrato Social, não me lembro bem. 
E é incrível como podemos vencer uma crise de criatividade. Tenho pena das pessoas que são pagas para escrever. Imagino quando elas passam por isso. 
Meu Deus, não posso nem pensar...

sábado, 6 de julho de 2013

Quando você não sabe o que escrever II- O estranho...

Algumas pessoas pediram para que eu escrevesse mais no último post. Principalmente, achei que deveria escrever mais. Decidi então continuar esta dissertação.
Acabei, ao acaso, a me perguntar, por que Shakespeare havia escrito aquilo?  (se você não se recorda do último post, clique aqui). Por vezes, a resposta pode ser óbvia, ele escreveu porque cairia bem na peça. Eu aceito isso, pois não sou dono da literatura, e também, por mais que saibamos o quanto de pessoas fazem isso, não posso dizer o que ele estava pensando ao dizer aquilo.
E é neste estranho momento que chego a estaca zero, e volto as falas anteriores, em busca da resposta. Acho a brilhante fala de Horácio: "O day and night, but this is wondrous strange!". Para quem não entendeu, segue a tradução: "Oh, dia e noite, mas isto é magnificamente estranho!"
Isto é magnificamente estranho. Quem é estranho? Na obra de Shakespeare, obviamente, o fantasma. Mas obras não podem ser lidas somente como aquilo que é. No tempo em que eu escrevo aqui já pode ter percebido, é absurdamente necessário ler as entrelinhas. E, além de tudo, torna-se absurdamente necessário para aquilo que lermos não se tornar inócuo, que saibamos interpretar aquilo no nosso cotidiano.
Quem é o estranho, hoje? Aquilo que se tornou um alienígena na nossa vida?
Hamlet falava de um fantasma, eu quero falar do nosso fantasma: nós mesmos.
Aquilo que é estranho a nós é exatamente nós.
O que foi dito acima, traduzido: eu sou estranho a mim. Quer ver? Responda a pergunta: quem é o seu melhor amigo, detalhadamente?  E quem é você? A primeira é fácil, a segunda muitas pessoas não sabem responder, porque buscam cada vez mais conhecer o outro, ser amigo do outro, mas esquecem de responder a grande pergunta da vida: quem sou eu?
Incomoda ver uma sociedade onde as pessoas tem 5000 amigos no Facebook, tantos seguidores no Twitter, mais uma dúzia de leitores no seu blog, mas não sabem me dizer quem são.
E ai, quem é você Nietzsche?
Certa vez me disseram: uma pessoa que não conhece a si mesmo não é capaz de dar-se ao outro, seja o estado de vida que ela estiver.
Não importa o que nós sejamos, nossa vida é um constante dar-se ao outro, e se nós não conseguimos nos dar ao outro o que acontecera é que não teremos uma vida, teremos uma semi-vida, uma meia-vida. Vive-se uma vida que dá pena, e não vale a pena.
A constante busca daqueles que estão vivos, antes de uma interpretação daquilo que é a sociedade, daquilo que é o mundo, seria dizer aquilo que sou. Será que Nietzsche saberia dizer-nos quem ele é? Posso dizer que, acredito, ele não soubesse quem ele é verdadeiramente. Platão, Aristóteles, Spinoza saberiam?
Na minha cabeça aparece aquele que disse saber quem era: Jesus Cristo.
Aquele filho de carpinteiro, que não teve acesso nem a filosofia e nem a psicologia, respondeu a questão mais difícil como se fosse fácil pra Ele. Até hoje, milhares de pessoas seguem a Ele, e creem que a mensagem é verdadeira, Ele se doou por eles. E ai onde está a grande mensagem, só quem sabe o que é torna-se capaz de doar-se ao outro.
Ao responder essa pergunta, chegaremos a exultação de Horácio, chegaremos a nossa epifania: "Isso é magnificamente estranho"

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Quando você não sabe o que escrever

Eu nunca li Hamlet

"There are more things in heaven and earth, Horatio,
Than are dreamt of in your philosophy."
Hamlet , Ato  1 , Cena 5.


Para iniciar este post, e dar valor a esta mão que está quase tremendo de vontade de escrever, e além de tudo, estrear o novo layout do blog, decidi começar esse texto com uma das citações que mais me agradam de Shakespeare. 
Não devaneie. Eu nunca li Hamlet em toda a minha curta estadia nesse planeta, mas li Viagens na minha terra, do Almeida Garret, e lá ele fez essa citação, logo nos primeiros capítulos. Não duvide de que o livro Hamlet seja ótimo, agora Viagens na minha terra, este não é tão bom. 
Esta passagem me agrada muito por um simples fato, ela reconhece o quanto nós somos pequenos diante do céu e da terra, e de tudo o que nela encerra. Se você, como eu, não entende a língua inglesa ai vai a tradução, que me recordo por conta da nota de rodapé: Tem se mais coisas no céu e na terra, Horácio, do que na sua vã filosofia. Hamlet é quem responde isso a Horácio, se você quiser saber mais sobre esta trama de Shakespeare, clique aqui.
Por vezes, me pego a pensar em Bento XVI
Por vezes nós não conseguimos entender alguns acontecimentos da nossa vida. Cristãos, judeus, muçulmanos, budistas, ateus; ninguém consegue explicar o porquê de algum acontecimento. Morte, sofrimento, violência, desamor, tudo isso. Nós, os que creem, não conseguimos responder perguntas como: "Como o seu Deus permitiu o holocausto?"; e isto não se refere somente a nós, pouco estudados, mas nem Bento XVI conseguiu responder essa pergunta, ele que é um dos maiores teólogos destes tempos, ele que foi o cardeal-tanque da Congregação para Doutrina da Fé no papado de João Paulo II, e professor de teologia milhares de vezes condecorado. Nem ele respondeu. (Deixo aqui minha gigante admiração por ele, por vezes me pego a pensar sobre ele, mesmo com o papa Francisco, um homem bom, de sorriso muito agradável)
E é por tantas vezes que nós vemos acontecimentos da TV e nos interpelamos: "Onde está Deus?". Deus está naquele que sofre, assim como o Cristo foi Aquele que sofreu. Mas é importante parar por aqui com meus devaneios teológicos, este espaço é para devaneios de cunho filosófico ou social.
Esta resposta nos coloca pequenos, diante do mistério da vida; tem se mais coisas, no céu e na terra, do que na nossa vã filosofia. Isto é uma das coisas que ás vezes penso em dizer a alguns amigos de comunidade, que por vezes se pensam "donos de Deus". Isto é o que eu quero dizer as pessoas que não entendem, ou que explicam as coisas de forma desinteligente, porque é errado chamar alguém de burro. Àqueles que se acham donos de toda a literatura, entendedores de tudo; por vezes eu desejo que o autor de um texto ressuscite e fale para alguém "Não tem nada a ver com o que você tá falando, eu nem pensei nisso".
Bom, que fique esta mensagem, e que você reflita sobre isso.