A quanto tempo não escrevo por aqui, isso não é descaso, é a soma da falta de tempo com a de criatividade. Criatividade é uma palavra complicada, quando a danada vai embora, acredite, não há nada que a faça voltar. Falta-me a inspiração de grandes acontecimentos, para mim, não para seres humanos normais, mas voilá, nada aconteceu. Passei uma semana em casa, o ócio não libertou minha criatividade, por conta de um tal de GTA V (é um jogaçoalhaço). Esta crise de inspiração é o meu terreno infértil, minha imperfeição total, minha tristeza, nada mais triste do que sentar a frente do computador e não aparecer inspiração nenhum. Mas eu estou decidido a escrever, e não será sobre crise de criatividade, porque eu não gosto de ser repetitivo (sim, eu já postei um texto sobre isso).
![]() |
| "É a nossa luz, não as nossas trevas o que mais nos apavora" (Nelson Mandela) |
Ultimamente eu tenho percebido algo, absolutamente natural diria, já que isso acontece com todo mundo. As pessoas têm medo da luz. "Eu não tenho medo do escuro mas deixe as luzes acesas", não Renato, não, do que você realmente tem medo é da luz.
Estou falando da luz que emana de nós. Sim, temos uma luz emanente. Somos grandes candeeiros que deveriam andar por ai, sendo luz do mundo. Mas não andam.
Estava estudando Santa Teresinha, dia 1º de Outubro foi o dia dela, algo imperdível, já que é uma santa por quem tenho especial apego. Ela queria ser sal da terra e luz do mundo. O mais bonito é o modo pelo qual ela desejou fazer isso:
"No Coração da Igreja, minha Mãe, quero ser o Amor"
(Santa Teresinha do Menino Jesus)
Nós só temos medo da nossa luz porque temos medo do compromisso que o amor nos trás. Não o tipo de amor entre um homem e uma mulher, estou falando do amor por toda a criação, por Deus (ou aquilo que você acredita), pelo homem (no sentido de humanidade). Do amor no sentido completo. Esse amor nos compromete! Nos coloca em zona de turbulência, perigo. O Amor tira-nos de nós e nos da inteiramente aos outros, sem cobrar nada em troca. O nome disso é gratuidade.
Por fim, cheguei aonde eu realmente queria: gratuidade. Num mundo capitalista, esta palavra virou um palavrão pior do que qualquer outro. Posso contar uma breve história: estava conversando com meus amigos sobre minha opção de vida, até ai não tinha nenhum problema, mas chegou o ponto do voto de pobreza, e ai meu irmão é que a porca torceu o rabo. Por que uma pessoa viveria no voto de pobreza? Para poder amar as pessoas, ou melhor, somente amar, de uma forma mais gratuita, mais livre.
A nossa vivência só terá sentido quando abandonarmos o nosso medo de deixar brilhar a luz que emana de nós: o Amor. Temos medo de amar. Precisamos perder esse medo louco de nos comprometer com uma causa. A causa do amar é a causa soberana, a causa de todas as causas.
Vivamos para amar, sem reservas e de forma livre, vivamos pelo Amor. Façamos tal qual Santa Teresinha nos diz nessa frase final:


Nenhum comentário:
Postar um comentário